Folha de S. Paulo: 20.9.21 - Webinar Saúde do Brasil 8a. ed. - As transformações causadas pela pandemia no setor da saúde
Ontem, 20 de setembro, o Jornal Folha de S. Paulo realizou um webinar a respeito da Saúde do Brasil, com foco nas transformações originadas pela pandemia na área da Saúde. O evento foi transmitido ao vivo e contou com a participação de especialistas do setor. Tratou-se tanto das HealthTechs e inovações quanto dos Planos de Saúde, a judicialização e a regulação estatal da Saúde.
Dentre outras considerações, foi dito...
As mudanças e transformações da saúde são muito rápidas. Nesse sentido, há tecnologias e inovações, com o desafio de integração. Daí a escolha de soluções de saúde via tecnologia. Diante das barreiras e de obstáculos, surgem oportunidades. As HealthTechs procuram cuidar da saúde, através da medicina preventiva e do uso de tecnologias.
Hoje, já ocorrem o monitoramento eletrônico e a coleta de exames, por meio de artifícios tecnológicos. Também já acontece o cuidado e tratamento de doenças crônicas, através da telemedicina. Nesse panorama, é relevante tratar informações e dados, com o apoio da Inteligência Artificial (IA).
Ainda, outro ponto importante se trata da segurança, em que se manuseiam dados sensíveis, com destaque para medidas preventivas, como testes de vulnerabilidade. As informações se encontram em "nuvem", mais um motivo para atentar à segurança cibernética.
Outras tecnologias utilizadas são a realidade aumentada, a impressão 3D, 5G (p/ soluções p/ respostas em tempo real, rápidas), Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), robôs autônomos (realizam cirurgias), telecirurgia, teleconsulta.
Enfim, são grandes desafios pela frente. Mas, a tecnologia está aí para ser usada a favor da superação desses desafios, e para o bem-estar social e qualidade de vida da saúde das pessoas.
Não custa deixar de mencionar que todo esse ecossistema compõe o que se denomina "Indústria 4.0 - HealthTech 4.0".
Quanto aos planos de saúde, tem-se verificado, nos últimos tempos, um aumento, um crescimento de seus custos. O acesso à Saúde, na realidade, deve elevar a qualidade dos atendimentos, por exemplo, pela digitalização dos serviços prestados. Daí a necessidade de incentivos ao sistema.
Atualmente, há 50 milhões de brasileiros usuários da Saúde Suplementar. Nesse cenário, a tecnologia e o ecossistema devem estar integrados. Isto para uma melhor saúde das pessoas.
Importa dizer que uma nova tendência é justamente o paciente tratado no centro dessas relações. Usuários mais empoderados para tomar suas decisões sobre a saúde.
Agora, vamos falar sobre investimentos em startups de saúde. Nessa linha, destaca-se a relevância da estrutura das grandes empresas para antecipar tendências, bem como das próprias HealthTechs. É necessário, assim, um exercício de futurologia. Já que o setor abrange vários mercados e, como dito, é preciso uma transformação das empresas, para colocar o consumidor no centro das relações de saúde.
Desse modo, é fundamental oferecer valor para o cliente. Oferecer-lhe diversos serviços que proporcionem uma experiência única. Como exemplo, o uso de IA na infraestrutura hospitalar e, mais uma vez, o modelo de negócio com o cliente no centro (ex. telemedicina).
No hospital Albert Einstein, as inovações são pilares! Oferece-se uma assistência de excelência. Por meio da inovação e da tecnologia, facilita-se o acesso à Saúde, mantendo-se um sistema sustentável e de qualidade.
Outro pilar do hospital é justamente a Educação / Pesquisa. O hospital promove a pesquisa, através da inovação e de tecnologia de ponta. Usam-se, de fato, tecnologias inovadoras, como HealthTechs. Tem-se um verdadeiro ecossistema, com parcerias (governamentais e startups). Nesse desenvolvimento, apoia-se os empreendedores das startups, através do capital intelectual (pesquisadores e médicos) e a estrutura de laboratórios (biotecnologia).
A telemedicina já é uma realidade há 10 anos no Einstein. Traz, então, uma ferramenta para enfrentar a pandemia, através do sistema privado de saúde e também do setor público (SUS), por profissionais de saúde e as unidades básicas de saúde.
Com relação ao tratamento de dados, é necessário classificá-los, quais serão classificados e com quem serão compartilhados. Mais uma vez, falamos da segurança da informação. Nenhum dado deve ser compartilhado sem consentimento. Deve-se ver como os dados serão utilizados. Daí também a importância de anonimizá-los nas pesquisas, com o consentimento de compartilhamento. Sistema similar ao open banking.
Nessa direção, temos o princípio da confiança. A quem vou confiar meus dados (ex. empregador, empresa de saúde). Daí igualmente a importância de agregar valor, a preocupação com a experiência do acesso a esses dados e informações.
Com razão, a tecnologia traz benefícios, mas também pontos de tensão. Portanto, deve-se aliar a sustentabilidade com o empoderamento das pessoas. Para que estas façam o uso correto, com uma melhor escolha, de tomadas de decisão a respeito das relações de saúde.
Com efeito, a tecnologia impacta socialmente o sistema público de Saúde (SUS). Para compartilhar dados, deve-se observar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). As empresas devem oferecer a clareza do uso dos dados, com o consentimento dos usuários, para poder prestarem melhores serviços.
Importa, assim, que os diversos atores envolvidos nessas relações dialoguem entre si. Devem, portanto, aprimorar suas relações (operadoras / prestadoras). Devem ser transparentes, ampliar a transparência, para o consumidor tomar melhores decisões.
Outro ponto importante. É preciso olharmos a agenda do Legislativo e do Judiciário. Isto para que sejam feitas discussões e tratativas no sentido de modernizar as instituições, como exemplo, a própria ANS (Agência Nacional da Saúde Suplementar).
Agora, vamos falar um pouco sobre o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). O órgão relata um crescimento do número de usuários nesta pandemia. O consumidor gasta com comida, gás, luz, água e também com saúde. Tem altos gastos com saúde. Trata, com isso, da judicialização da Saúde e da mudança regulatória dos planos de saúde.
Constata que os reajustes, por exemplo, de faixa etária levam à judicialização da Saúde. Também que as relações contratuais devem sofrer a intervenção estatal, para preservar a liberdade contratual. Há uma falha de mercado, daí por que regular algumas cláusulas indispensáveis, com a atuação estatal. Quanto à mudança regulatória dos planos, afirmam que há vários dados disponíveis, sendo imperativo montar esse quebra-cabeça para trazer melhores benefícios aos consumidores.
Outro aspecto que merece destaque se trata dos planos de saúde coletivos. Também precisam de intervenção, já que não é possível negociá-los, não há poder de barganha.
Finalmente, há portanto a necessidade de aliar tecnologia e saúde. Isto objetivando o desenvolvimento das relações de saúde e, em última instância, o benefício dos consumidores, com melhores serviços, colocando-os no centro, com experiências únicas.
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